8 de setembro – DIA MUNDIAL DA ALFABETIZAÇÃO

30/08/2015 08:55

No dia 8 de setembro é comemorado o Dia Mundial da Alfabetização.

    A alfabetização é o processo que desenvolve as habilidades de leitura e de escrita de um sujeito, tornando-o capaz de identificar e decifrar os códigos escritos.

    A UNESCO se comprometeu a diminuir os índices de analfabetismo no mundo, pois nos países subdesenvolvidos cerca de 25% de adultos e crianças não sabem ler e escrever, chegando a um total de novecentos milhões de pessoas.

    Trata-se de alfabetização básica, quando uma pessoa sabe ler, escrever e conhece as principais regras de cálculo. Segundo a UNESCO, uma pessoa é analfabeta quando não consegue ler ou escrever uma pequena frase sobre sua vida. No entanto, aos números mencionados acima, podemos adicionar as centenas de milhões de "analfabetos funcionais", pessoas que sabem ler e escrever uma frase simples, mas não vão muito além disso. Por exemplo, não sabem preencher um formulário, interpretar um artigo de jornal ou usar os números na dia-a-dia.
    O índice de cidadãos alfabetizados de um país indica o nível de desenvolvimento do mesmo. Quanto mais pessoas analfabetas, menos desenvolvimento. Isso faz com que governantes procurem favorecer suas estatísticas, criando projetos que melhorem essas taxas, mas não garantem o real aprendizado, como a educação por ciclos, onde os alunos não podem repetir o ano, sendo aprovados para as séries seguintes, mesmo apresentando grandes deficiências

    Depois da Segunda Guerra Mundial, houve uma ação efetiva no campo da alfabetização de adultos no Brasil, com uma campanha promovida pelo Ministério da Educação e Cultura – MEC, em 1947. Visava levar “educação de base a todos os brasileiros iletrados”, mas perdeu força nos anos 50, por conta dos métodos adotados: os materiais eram baseados nos mesmos que eram produzidos para as crianças, o que se revelou uma falha didática.

    Já em 1963, houve uma outra investida rumo à alfabetização de adultos, com o Programa Nacional de Alfabetização de Adultos, também proposto pelo MEC com base no método Paulo Freire de ensino. A intenção era boa, mas foi posta de lado pelo governo federal, devido ao golpe militar de 1964, com a implantação da ditadura no país.

    Só na passagem para a década de 1970 é que se foi buscar uma nova proposta para enfrentar os altos índices do analfabetismo: a campanha denominada Movimento Brasileiro de Alfabetização – MOBRAL. Os trabalhos começaram com muita força política e financeira, utilizando recursos provenientes do imposto de renda das empresas e da loteria esportiva. O projeto foi tão bem sucedido que ultrapassou seus objetivos e o MOBRAL foi ampliado para as quatro primeiras séries do Ensino Fundamental. Justamente o que acabou enfraquecendo o movimento, que se perdeu um pouco, ao se expandir, sendo substituido, em 1985 pela Fundação Educar, que não atingiu as metas previstas.

A Evolução da alfabetização no mundo

    O analfabetismo ainda não foi erradicado no mundo. E apesar da Conferência da Unesco sobre Educação para Todos, realizada na Tailândia em 1990, não ter conseguido cumprir a meta de reduzir à metade o número de analfabetos no mundo até o ano 2000, é possível perceber que houve um progresso durante toda a segunda metade do século XX.

    A alfabetização acelera o desenvolvimento e é uma força em prol da paz de um país.

    A alfabetização dá maior autonomia aos indivíduos, permitindo a capacitação e a confiança necessárias para buscar informações importantes e fazer escolhas esclarecidas, que têm impacto direto em suas famílias e comunidades.

    Também é condição imprescindível para que indivíduos participem de forma eficaz nos processos democráticos, tenham uma voz nas organizações comunitárias, ganhem conhecimento político e, portanto, contribuam para a formulação de políticas públicas de qualidade.

    Os programas de alfabetização fortalecem a compreensão mútua ao permitir que pessoas compartilhem ideias, se expressem, preservem e desenvolvam a identidade cultural e a diversidade.

    Nenhum país pode estabelecer condições duradouras para a paz caso não encontre meios de estabelecer a confiança mútua entre seus cidadãos por intermédio de sistemas inclusivos de educação que promovam entendimento recíproco, respeito, tolerância e diálogo.

    É fundamental integrar a alfabetização ao processo de construção de paz para plantar as sementes da paz, estimular diálogo e a reconciliação, além de dar aos jovens e aos adultos a qualificação necessária para buscar um emprego digno.

    Investir em programas de alfabetização é sensato bem como fundamental para o desenvolvimento. A Alfabetização é um componente chave dentre as estratégias para a promoção do desenvolvimento sustentável. É fundamental para o êxito da Educação para todos e os objetivos de desenvolvimento do milênio.

    O mundo precisa, urgentemente, de maior compromisso político em relação à alfabetização, amparado por recursos adequados para aumentar os programas eficazes.

 "A alfabetização é mais, muito mais, que ler e escrever. É a habilidade de ler o mundo,

é a habilidade de continuar aprendendo e é a chave da porta do conhecimento".

(Paulo Freire)